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Destaques

Fazenda Botafogo de Costa Barros, um crime contra um patrimônio histórico!

Fazenda Botafogo, anos 80. Pintura de Maria Sá Freire. Programa Minha Casa Minha Vida, destrói a memória do subúrbio colonial carioca! Enquanto eu estive no grupo de estudos do Instituto Histórico e Geográfico da Baixada de Irajá - IHGBI. Fiz um levantamento sobre a região, procurando fontes em arquivos, referências bibliográficas, usei o geoprocessamento, e busquei também a memória da população local. Quanto ao recorte geográfico, a Baixada de Irajá , abrange a boa parte da antiga freguesia do mesmo nome. E hoje, está fragmentada em 38 bairros e compreende também partes de Realengo, como o sub-bairro de Piraquara. A sede da Fazenda Botafogo, era o último patrimônio de altíssimo valor histórico na baixada de Irajá, da categoria das fazendas e engenhos. E pasmem! Sobreviveu até o início da década passada, mesmo com tanta descaracterização na fachada colonial. A sua demolição, ocorreu entre o final do ano de 2011 e começo de 2012, os tratores limparam o terreno removendo os barracos das ...

Origens de Copacabana

 
Copacabana, 1914.

As origens de Copacabana remonta no século XVII, quando os pescadores bolivianos, trouxeram a imagem da santa, da Bolívia ao Brasil. Um pouco antes de 1638, a imagem da santa, foi estabelecida em Sururuí, no recôncavo da Guanabara, atual distrito de Suruí em Magé.. E parou tempos depois, na Igreja da Misericórdia, no centro do Rio, pelo padre Miguel da Costa. A resposta para esse tipo de interação entre a América Lusa e Espanhola, é a União Ibérica. Copacabana, era um imenso areal repleto de vegetação rasteiras, arbustos, palmeiras e pitangueiras. Os moradores antigos, eram os pescadores, e eles construíam suas casas em palhoças, devido a falta de barro numa região composta de areia e rocha. Poucos ousavam morar num arrabalde tão isolado e distante como os "Areais de Sacopenapan", e este nome Sacopã dado pelos tupinambás, significa: Caminho dos Socós. 

Em 1732, consta nas escrituras, a existência de uma ermida rudimentar no areal de Sacopenapã, construída pelos pescadores, em devoção a Nossa Senhora de Copacabana. Mas foi no ano de 1746, que foi reconstruída, porém, foi reedificada na década de 1770. Nesta época, as terras de Sacopenapã, foram desmembradas da Fazenda do Capitão Rodrigo de Freitas. Ainda na metade do século XVIII, foi fundada a Fazenda Copacabana, de João Gomes Pinna. No século XIX, o lugar de Sacopã, passa a se chamar oficialmente de Copacabana.

O processo de ocupação desse bairro, foi lento durante o império, pois a grande parte dos terrenos, eram sítios oriundos do desmembramento da Fazenda Copacabana. Em 1855, nascia a ladeira do Barroso, atual Tabajaras e seu prolongamento a Rua Siqueira Campos, e foi no meio do bairro que surgiram as primeiras residências. No entanto, surge um homem visionário que acreditava no futuro deste arrabalde tão ermo e afastado da cidade, e era um médico português: Dr. José de Figueiredo Magalhães.

Em 1878, o Dr. Figueiredo Magalhães, administrava o seu serviço de diligências, que fazia o transporte das pessoas de Botafogo até o areal de Copacabana. Possuía uma casa de saúde e um hotel no anexo, próximo da sua chácara. E foi na década de 1870, que surge as primeiras ruas do bairro e mais loteamentos. Ao longo da década de 1880, Figueiredo, já tinha muitos clientes. Diversas pessoas que ele conhecia, era de famílias abastadas. O médico, recomendava que as pessoas ficassem em Copacabana, por ter ares bem salubres.

Aos poucos foram chegando famílias ricas que construíram seus bangalôs, para gozar de saúde e pôr os pés nas areias da praia. Em 1892, foi o ano que determinou o fim do isolamento de Copacabana, pois com a abertura do Túnel Velho, trouxe consigo a linha de bonde e o aumento da população. A partir deste momento em diante, começaram a construir os bangalôs e casas pré-fabricadas. Durante a década de 1890, a cultura de banhos no mar, chega com força no Rio de Janeiro, por influência das cidades marítimas da França, a famosa Riviera Francesa. Até então, os cariocas, não tinham o hábito de se banhar no mar.. o preconceito foi sendo deixado de lado, por causa de orientações médicas, tanto no estrangeiro e quanto aqui no Brasil.

Em 1906, na gestão de Pereira Passos, é inaugurado o Túnel Novo, o que daria o fim da tranquilidade ao bairro, e início a agitação da atual Copacabana.

A construção do forte de Copacabana, teve a sua pedra fundamental lançada no dia 5 de janeiro de 1908, e terminaram a obra, no dia 28 de setembro de 1914, no início da primeira guerra mundial. A velha igrejinha de Copacabana, por estar junto ao forte, corria risco de ter suas estruturas abaladas por tiros de canhão, e o exército por sua vez, considerava a igreja inconveniente. A Igrejinha foi desapropriada pelo Decreto n.º 12.924, de 20 de março de 1918, pela quantia de 80 contos de réis, tendo sido demolida nesse mesmo ano, durante o governo de Venceslau Brás. Este ato injusto dos nossos gestores públicos, apagou a história do lugar e abalou o sentimento dos moradores e dos pescadores, que gostavam de sua aparência bucólica, por estar a beira mar e junto às restingas. 

A foto, mostra Copacabana densamente povoada em apenas duas décadas após a abertura do Túnel Velho.

Texto e Pesquisa: Cleydson Garcia.
Historiógrafo e Pesquisador / Graduando em Arquitetura.

Fonte: Copacabana, 1892-1992: subsídios para a sua história.
Fazenda Nacional da Lagoa, C. Barata. / Charles J. Dunlop - Igrejinha de Copacabana.
Fotógrafo: Antônio Caetano, 1914.

Imagem colorizada digitalmente
Créditos: #EspecialRioAntigo 

O plágio está sujeito à denuncias. Sejam originais!


Comentários

  1. Penso que faltou no inicio do texto a informação de que quem trouxe a imagem de Nossa Senhora de Copacabana foram os pescadores bolivianos que se estabeleceram em Sururuí, mais tarde passando a Suruí.

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